VOCÊ VAI ME MORDER?
Dias atrás eu estava sentada e vi perto de meu pé uma daquelas formigas grandes e imediatamente pensei: Ela vai me morder. Reação automática e de defesa foi a de um pizão no bichinho. Depois do ato, passei a refletir sobre estas atitudes no dia a dia, cada vez mais utilizada por nós, a de antes que me mordam, eu ataco, seja com palavras, gestos ou até chegando às vias de fato com tapas e socos. Poderíamos dizer que temos o direito a autodefesa, isto verdadeiro, mas a reflexão está embasada na falta de respeito para com a pessoa do outro e muito pior, tudo se resolve no ataque. Não somos animais irracionais que são levados pelo impulso da lei da sobrevivência, temos em nós a razão fundamentada pelo cristianismo na Lei Moral ou Natural, que segundo o Catecismo da Igreja Católica número 1950 é: “Obra da sabedoria divina. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de comportamento que levam a felicidade prometida; proscreve os caminhos do mal, que desviam de Deus e de seu amor. É ao mesmo tempo firme em seus preceitos e amorosa em suas promessas.” Em resumo, temos todas as condições de agir de forma racional, não levados pela força do momento e sim considerar e justificar o outro que é a causa ou efeito da “explosão de raiva” do momento. Lugar bom para treinar esta moderação de impulsos de raiva é o trânsito, onde parece que todos tem razão e são poderosos atrás dos volantes, a paciência e a educação são os termômetros essenciais da boa convivência. Outro lugar de treino de controle é o lar, a família, pois ai somos nós mesmos, sem máscaras e muitas vezes soltamos o verbo,nas ofensas, desrespeitos e até violência, quando é ai que estão os que mais amamos e prezamos. Quando formamos uma família estamos obrigados a prezar pelos seus valores. Para tanto, temos na Palavra a Regra de Ouro nos dada por Jesus em Mateus 7,12: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a lei e os profetas”.Nós, pais, professores, evangelizadores, somos educadores por excelênciae para tal temos a graça de Deus, não precisamos contar somente com nossa humanidade mas com a fortaleza da fé e da vivência do Evangelho, pois temos sob nosso cuidado um rebanho necessitado de bons exemplos e de veracidade nos ensinamentos pois seremos cobrados pelas nossas negligências. Que tal antes de pensar que “seremos mordidos” demos o nosso melhor, seja através de um pedido de desculpa, por favor, obrigado ou um sorriso que derrete corações.
Denise M. Peixer Safanelli-Fundadora da Comunidade Bom Pastor