TER MISERICÓRDIA É REPARTIR A VIDA!
A partilha gera a vida. Tudo que é repartido e doado com amor multiplica-se na vida do doador. Quando abrimos nosso coração com misericórdia aos irmãos necessitados, quando somos compreensivos e generosos, Deus tem para conosco os mesmos gestos de amor. Ele multiplica nossos dons com fartura e aumenta nossa generosidade, fazendo-nos semelhantes ao seu coração, que é rico em misericórdia e compaixão.
Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Estava próxima a páscoa, a festa dos judeus. Jesus levantou os olhos sobre a multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: “onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer”?Filipe respondeu-lhe: “Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço.” Um dos seus discípulos, chamado André, disse-lhe: “Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes… mas que é isto para tanta gente?” Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os as pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. Estando eles saciados, disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.” (Jo6, 1-9, 11-12)
O Evangelho mostra Jesus atento às necessidades da multidão, empenhado em saciar a fome de vida dos homens, preocupado em apontar-lhes o caminho que conduz da escravidão à liberdade. A atitude de Jesus é, para nós, uma expressão clara do amor e da bondade de um Deus sempre atento às necessidades do seu Povo. Garante-nos que, ao longo do caminho da vida, Deus vai ao nosso lado, atento aos nossos dramas e misérias, empenhado em satisfazer as nossas necessidades, preocupado em dar-nos o “pão” que sacia a nossa fome de vida. A nós, compete-nos abrir o coração ao seu amor e acolher as propostas libertadoras que Ele nos faz.
A “fome” de pão que a multidão sente e que Jesus quer saciar é um símbolo da fome de vida que faz sofrer tantos dos nossos irmãos… Os que têm “fome” são aqueles que são explorados e injustiçados e que não conseguem libertar-se; são os que vivem na solidão, sem família, sem amigos e sem amor; são os que têm que deixar a sua terra e enfrentar uma cultura, uma língua, um ambiente estranho para poderem oferecer condições de subsistência à sua família; são os marginalizados, abandonados, descriminados por causa da cor da sua pele, por causa do seu estatuto social ou econômico, ou por não terem acesso à educação e aos bens culturais de que a maioria desfruta; são as crianças vítimas da violência e da exploração… É a esses e a todos os outros que têm “fome” de vida e de felicidade, que a proposta de Jesus se dirige. O que resulta da proposta de Jesus é uma humanidade totalmente livre da escravidão dos bens. Os necessitados tornam-se livres porque têm o necessário para viverem uma vida digna e humana.
O Senhor é o Pastor de toda a humanidade e nada nos faltará!
Marinês Moretti – Amiga da Comunidade Bom Pastor.