4º MANDAMENTO: HONRAR PAI E MÃE
Escrever sobre este mandamento vai ser moleza! Foi o que pensei nas semanas anteriores a esta escrita. Que nada! Pedreira outra vez. É, viver cada mandamento é um caminho certo para o céu, mas nada fácil em minha pequena humanidade, pois sou filha, além de mãe e convivo de perto com minha mãe de 78 anos, a dona Cilda, Seda para os conhecidos, que no alto de sua velhice é ativa e participa integralmente da vida dos filhos e também da Comunidade Bom Pastor, na qual sou fundadora.
Este mandamento traz junto dele uma promessa: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Ex20,12). Deus quis que, depois dele mesmo, honrássemos nossos pais, a quem devemos a vida e que nos transmitiram o conhecimento de Deus.
O filho, enquanto viver na casa de seus pais deve obedecer a toda solicitação dos pais que vise ao seu bem ou ao da família. Quando crescidos e emancipados, devem então o respeito aos seus pais, que nunca cessará. Mesmo na velhice e se por acaso houver insanidade da parte dos pais, o respeito deve continuar, assim como o cuidado e o carinho, que é de responsabilidade dos filhos.
Este mandamento se estende ao respeito e a gratidão aos outros membros da família e também àqueles que se deve gratidão por nos educar na fé, como os avós, tios, sacerdotes e catequistas. Também nos lembra que temos uma interligação de parentesco, irmãos, primos, saídos de uma mesma árvore genealógica e que temos de viver em sociedade, onde o próximo é alguém que faz parte de minha convivência.
Lembro aqui com carinho de meu pai, IzidioPeixer, falecido a quase quinze anos, mais que na memória está guardado através dos bons exemplos deixados. Partilho um momento vivido com ele quando eu tinha 17 anos. Dirigindo o carro dele numa noite de sábado bati e amassou toda a trazeira. Cheguei em casa e contei para a mãe e ela disse para dizermos para o pai só no outro dia. Levantei tarde naquele domingo, já para não encontrar com meu pai. Tive que passar por ele para ir ao único banheiro da casa e ele sentado na cabeceira da mesa disse: Deni, olha para mim! Eu levantei a cabeça e olhei para ele e escutei então algo que nenhum filho espera. “Deixa que o pai manda arrumar o carro amanhã!” Sem bronca nem recriminações. Eu respondi no alto de minha juventude: “Pai, o senhor nunca vai se arrepender deste momento!”. Fui uma filha companheira e cuidadora e meu pai até o dia de sua morte. Mesmo casada e mãe, deixava muitas vezes tudo para estar com ele em sua longa doença.
Pai e mãe é assim, amor incondicional e nunca se vão, mesmo mortos, pois apenas partem antes de nós. Espero ser uma boa filha também para a minha mãe, que Deus concedeu ter mais saúde que meu pai e estar conosco ainda.
Como pais, temos obrigação de educar nossos filhos no temor de Deus e ensinar-lhes o respeito devido aos mais velhos, assim como as autoridades civis e eclesiais.
Na próxima semana veremos então o 5º mandamento, “Não matar”.
Denise M. PeixerSafanelli
Fundadora da Comunidade Bom Pastor