E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?
No Evangelho do domingo passado a Liturgia trazia a Palavra de Lucas 8,27, onde Jesus questiona os discípulos com esta pergunta: “Quem dizem os homens que eu sou?”. Passei então a meditar esta pergunta, respondendo eu por primeiro esta indagação, de quem é Jesus para mim. A partir de tantas experiências vividas ao longo do caminho desde o encontro com Jesus, posso responder com clareza que Ele é o Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo para me salvar!
Mas vejo homens e as mulheres da atualidade com respostas tão diversas a esta pergunta que vale a pena meditar mais profundamente e perceber que a minha resposta é querida por Jesus e nem sempre é verdade de fé e sim conveniência as necessidades momentâneas ou ao preenchimento de um vazio interior que se vive quando não se encontra com a verdade do Mestre. Vejamos algumas respostas:
Jesus da prosperidade: é uma doutrina religiosa cristã que defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do fiel. É um modo de usar a Deus e não se deixar conduzir por Ele, como diz em I Tim 6,10: “Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro”.
Jesus do relativismo:É uma linha de pensamento que nega haver uma “verdade absoluta e permanente” como a Revelação de Deus nas Escrituras e na Tradição da Igreja. Então, deixa por conta de cada um definir a ”sua verdade” e aquilo que lhe parece ser o seu bem, como se a verdade fosse algo a se escolher e não a se descobrir. Nessa ótica, tudo é relativo ao local, à época ou a outras circunstâncias.
O Papa Bento XVI falou insistentemente do perigo da ”ditadura” do relativismo, que vai oprimindo quem não a aceita. Sobre essa mesma ditadura, o Sumo Pontífice falou, em 18 de abril de 2005, na homilia da Santa Missa preparatória do Conclave que o elegeu: ”Não vos deixeis sacudir por qualquer vento de doutrina (Ef 4, 14)”.
Jesus do imediatismo: Uma fé em um Jesus que resolve seus problemas imediatos, buscado no desespero das dificuldades, na Missa somente quando precisa-se de alguma coisa, especialmente financeira ou em doenças graves e depois esquecido nas prateleiras da vida.
Jesus da sexta-feira Santa: Ele está morto, crucificado e falido, onde recebe somente compaixão, causador de medo, deixado no túmulo. Muitos ficam neste Cristo e nunca chegam ao Ressuscitado, gerador de vida e esperança nesta vida e na eternidade.
Jesus Cristo, Filho de Deus Vivo: Este é o ideal do Pai, o prenúncio do céu aqui na terra, que ensina, exorta, acalenta e abraça o filho pródigo, que abençoa as crianças, que perdoa a pecadora caída, que se faz tudo por todos porque “amou até o extremo” (Jo 13,1). Fez-se Palavra e habitou entre nós.
Termino repetindo a pergunta do próprio Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” A resposta é sua querido leitor (a).
Denise M. Peixer Safanelli – Fundadora da Comunidade Bom Pastor