A mulher será salva pela maternidade (1Tm 2,15)
Há um bom tempo percebo como algumas mães encontram dificuldades para entender a a importância de estar junto com seus filhos.
Escuto com frequência, mães se lamentando, que se sente inútil estando em casa com os filhos. Para essas mães, partilho um pouco daquilo que aprendi, com a graça de Deus, através dos acontecimentos da vida.
Durante treze anos trabalhei na área da psicologia clínica, fazendo acompanhamento psicológico para adultos; e foi justamente com os pacientes que aprendi sobre o valor que é para uma criança, a presença materna.
Quando uma criança cresce e se desenvolve sem a presença materna, ela experimenta no coração, um sentimento de não pertencer a alguém, experimenta também o sentimento de abandono. Quando esta criança chega à vida adulta, mesmo tendo amigos ou um cônjuge, o sentimento de não pertença e de abandono permanece em seu coração.
A criança na primeira fase da infância, que vai até mais ou menos cinco anos, tem necessidade do olhar da mãe sobre si, e é este olhar que favorece o amadurecimento do sistema límbico no cérebro, que é responsável pelas emoções. O afastamento da mãe na fase inicial da vida do filho(a), mesmo que for por justa causa, acarreta em prejuízos na área emocional para a criança. O melhor investimento que uma mãe pode fazer para o seu filho(a) é estar junto dele.
Certa vez um psicólogo argentino, disse que notou um fenômeno social na Argentina: ele observou que quando uma criança cresce na creche, quando ela chega na fase adulta ela coloca seus pais no asilo. A criança que fica aos cuidados de uma creche, entende que está neste lugar para que seus pais possam conquistar aquilo que precisa. Então quando esta criança se torna adulta ela com facilidade, não assume o cuidado de seus pais, pois entende que é o momento dela para realizar suas conquistas.
No livro de Gênesis, Deus apresentou para o homem um caminho de redenção, através do trabalho. Para a mulher Deus apresentou a maternidade como o caminho de retorno ao paraíso (Gn 3, 16-17). Acontece, que nós mulheres estamos querendo abraçar os dois caminhos, e nossos filhos crescem na solidão, longe do calor do “ninho” familiar. Pensamos nisso.
Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom Pastor SC
Instrutora da Cenplafam Joinville – SC